11 de agosto de 2014

Dia do advogado - 11 de agosto

Pode existir missão mais cármica que a do advogado? Talvez a missão dos médicos, dos enfermeiros e, sem dúvida alguma, a missão dos médiuns! Esses, normalmente, são pessoas humildes materialmente e ricas espiritualmente. Chego a pensar  que somos purificadores de carmas como os médiuns. Lamentavelmente alguns juízes para quem  encaminhamos nosso trabalho e alguns clientes muitas vezes são espíritos ainda em desenvolvimento, que aqui reencarnaram para se aperfeiçoar e por alguma razão retardam essa aprendizagem. Precisamos estar fortalecidos espiritualmente para não guardar mágoas e decepções. Sem dúvida, a tarefa é árdua e exige perseverança. O importante é continuarmos fazendo a nossa parte com a consciência tranquila do dever cumprido e com a certeza de que Deus há de nos amparar sempre em nossas dificuldades terrenas. Existem juízes e advogados quase santos, Santo Ivo foi um deles. Já assisti julgamentos em que juízes e advogados bons são incompreendidos (sobram olhares de indiferença e palavras hostis). Dói muito vivenciar essas situações praticadas por profissionais da carreira jurídica que deveriam estar comprometidos com o Código de Ética de suas profissões. É preciso perdoá - los, mas não é tarefa fácil! Mas dói ainda mais sentir a ingratidão de alguns clientes que quando ganham as ações exclamam: Que excelente Juiz! E quando perdem pensam e até exclamam: Que péssimo advogado! Conforta saber que os bons advogados nos momentos de grande perigo e aflição são sempre protegidos para que sua fé seja revigorada e também para que possam dar continuidade aos projetos que iniciaram em busca da aproximação entre o  Direito e a Justiça. É como penso!


***


Mensagem aos Advogados

Os escritórios de advocacia sempre foram e continuarão sendo o lugar de escuta para os injustiçados. Aproximar o Direito da Justiça cada vez mais tem sido uma árdua tarefa  para nossa classe. Que fazer? Não desistir ou renunciar de nossas prerrogativas conquistadas com muita luta pelos advogados que nos precederam ao longo das décadas. É a única saída honrosa. Não deixar que nos amordacem e calem a nossa voz é uma questão de honra. Não deixar que o frio computador decida a vida de nossos clientes é mais que um dever, é uma imposição de nossa consciência. Sustentar oralmente nos tribunais, falar com os Juízes pessoal e reservadamente sempre que necessário, não permitir que entre o advogado e o juiz alguém tente calar a voz ou suprimir direito dos cidadãos também é uma questão de honra. Exigir que a OAB somente mantenha em nossos quadros advogados  íntegros, probos e éticos e que o CNJ proceda da mesma forma, somente mantendo no Poder Judiciário juízes íntegros, pobros  e éticos é muito mais que uma questão de honra, é uma questão de nobreza, de caráter e dignidade. Juízes e advogados sempre representaram ao longo dos séculos a esperança de um mundo melhor e mais justo. Esses profissionais estão e sempre estarão ligados, queiram ou não, para aproximar a Justiça Humana da Justiça Divina. 

Concluo dizendo que precisamos o reconhecimento de nosso valor perante a sociedade e que cada cidadão valorize seu advogado porque sem advogado não há justiça, a máquina do Poder judiciário ficaria paralisada sem a nossa presença diária e incansável em seus balcões e tribunais. Há que lembrar que os processos não são apenas papéis ou petições eletrônicas. Os processo têm vida, pulsam e as partes acreditam na Justiça. Nosso papel é fazer despertar no Juiz o sentimento de justiça porque sentença vem de 'sentire' e esse sentimento é que deve ser buscado sempre e cada vez mais para não perdermos a fé na Justiça.

Parabéns pelo Dia do Advogado!
Lembre sempre que  sem os advogados o mundo seria infinitamente mais injusto  e cruel. Valorizemo-nos e respeitemo-nos!

Wanda Siqueira
advogada


Um comentário:

  1. Prezada Wanda: sinto dificuldades de celebrar... Cobram, dos juízes, volume, “mostrar serviço”, produzindo decisões em série, genéricas, lacônicas, sem exame da posição dos jurisdicionados.
    Nesse non sense, passou a ser "normal" a decisão não ser elaborada pelo juiz: a pressa "justifica" o assessor ficar de responsável; ele repassa ao secretário o qual divide as tarefas entre os estagiários – estudantes que deveriam estar aprendendo e não tomando as decisões...
    Depois de uma década de estagiariocracia eles "julgam" improcedente, em minutos, um caso cuja a análise demandaria horas de estudo dos fundamentos e provas: a acultura de superficialidade tornou "normal" procurar ou criar pretextos para adiar o exame, ou indeferir as pretensões, sempre evitando o exame do caso, que demora.
    Os julgamentos estão terceirizados em pessoas sem o compromisso de realizar justiça: limitam-se a um exame superficial, uma vaga idéia, escolhem um “modelo” de fundamentação genérica aplicável a um sem número de processos, e era isso!
    O processo finaliza sem o exame da lesão, sem enfrentar a fundamentação do jurisdicionado!
    Concomitante, há a a praxe de pedir documentos não necessários adiando exame de liminares e, até, da ordem de citação.
    Como chegamos a tal non sense?
    De um lado, uma falsa crença invertendo valores; provavelmente, a maior mentira do Século XXI à “Justiça veloz é mais importante do que segurança”?
    De outro, os membros do Poder Judiciário foram envolvidos em uma série de distrações; como o arrocho vencimental dos anos noventa, mudando o perfil do candidato à carreira.
    Os decentes tem sido jogados uns contra os outros como na polêmica sobre a cruz na sala de julgamentos: os religiosos e os humanistas debatem-se, uns contra os outros, escondendo a dimensão dessa cruz: símbolo da fraternidade, da cooperação e da justiça, a qual os dissimulados manipuladores querem banir do Foro!
    Antes de ser um ícone cristão, representa a concessão, necessária para os litigantes comporem a lide; também, para compreenderem a decisão desfavorável, aceitarem-na e a cumprir! Focaliza o bem maior: a paz social, simbolizada na cruz, invoca o desprendimento sem o qual não se produz Justiça. Portanto, embora símbolo de algumas religiões, a cruz aponta para a principal finalidade do Direito: a paz social alcançada através da ponderada proporcionalidade!
    Proporcionalidade “aplica-se sempre que houver uma medida concreta destinada a realizar uma finalidade” (ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. São Paulo, Malheiros Editora, 2009 [9ª ed],p . 162) Humberto Ávila sugere, para aplicar o postulado da proporcionalidade, os seguintes passos:
    O exame de adequação: o meio promove o fim?
    Verifique a necessidade: dentre os meios disponíveis e igualmente adequados para promover o fim, não há outro meio menos restritivo do direito fundamental afetado?
    Considerar a proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens da promoção do fim superam as desvantagens provocadas pela adoção do meio? (Idem, p. 161).
    Obviamente a maneira como foi terceirizada a justiça em decisões superficiais inviabiliza o uso da proporcionalidade afastando-nos da paz social: Sim! http://www.padilla.adv.br/processo/morosidade/
    Chegamos ao ponto onde toleram-se todas as estripulias. Era tudo o que os corruptos queriam: em meio a uma avalanche de decisões superficiais, precipitadas, erradas, estultas e algumas até absurdas, uma sentença “comprada” não desperta atenção: http://vitorgug.jusbrasil.com.br/artigos/125813801/a-justica-e-nobre-mas-nao-o-sao-alguns-juizes?
    É a acultura da superficialidade:
    http://padilla-luiz.blogspot.com.br/2013/07/acultura-superficialidade-encenacao.html
    Encenação jurisdicional http://www.espacovital.com.br/consulta/noticia_ler.php?id=25300
    Mazelas da acultura da superficialidade http://www.espacovital.com.br/consulta/noticia_ler.php?id=27693
    Sofismas judiciais para reduzir os honorários advocatícios http://www.espacovital.com.br/consulta/noticia_ler.php?id=14223

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