30 de abril de 2012

Reflexões sobre as decisões judiciais à luz da Justiça Divina


Sempre pensei que existe uma Deusa da Justiça que observa, escuta, sente e intui os advogados e juízes em todos os processos. Chego a pensar que ela está sempre presente nos tribunais e interfere nas decisões até mesmo quando os votos estão prontos (o relator pode mudar ou um outro julgador pede vistas e o resultado surpreende). Hoje, com a experiência de mais de três décadas nos tribunais chego a pensar que os advogados e juízes são meros instrumentos nas mãos da Justiça Divina e que atuam sob a intuição dessa deusa (ou deuses) e, por isso, não compreendem porque razão perdem causas consideradas ganhas e ganham outras consideradas perdidas.


Como Deus escreve certo por linhas tortas as decisões que parecem injustas podem ser justas à luz da Justiça Divina. As partes envolvidas no processo precisam passar por sofrimentos para aperfeiçoarem-se espiritualmente ou merecem o êxito como recompensa.


A necessidade  de levar seus sofrimentos para que o Juiz decida quem tem razão já faz parte desse plano espiritual que visa o aprimoramento de todos os envolvidos. Nos processos encontramos desafetos e afetos de outras encarnações e temos a oportunidade de evoluir ou não. O advogado não tem compromisso com o êxito da causa que assume, mas tem um compromisso enorme para fazer o melhor para ganhar a causa. Sabemos de antemão que uma das partes será vencedora mas não podemos antecipar qual. A luta pela Justiça já é uma vitória. Quem luta mesmo perdendo sente a leveza e o bem estar de haver lutado por seu direito.


Os processos são em sua maioria cármicos, por isso, não podemos fugir deles. Existem pessoas que querendo ou não são envolvidas em processos e outras que nem sabem como funciona o Poder Judiciário  porque nunca necessitaram  a ele recorrer.


Penso que partes, advogados e juízes devem  ter presente que a Deusa da Justiça está atenta aos nossos atos para que a Justiça Divina devolva a cada um o que é seu . Com esse entendimento não haverá tanto sofrimento e inconformismo com as sentenças.


O mais importante é ter a consciência tranqüila por haver feito o melhor dentro das limitações humanas dos envolvidos nos processos para que a Justiça Divina se concretize de acordo com o merecimento de cada um.





*Wanda Siqueira
Advogada

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