24 de abril de 2011

A mensagem de Ophir ao assumir a presidência da UALP transmite fé na advocacia

Ophir assume UALP e defende novo



reposicionamento no cenário mundial


Extraído de: OAB - 21 de Fevereiro de 2011


Brasília, 21/02/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, recebeu hoje (21) do bastonário da Ordem dos Advogados de Angola, Manoel Pinto, a Presidência da União dos Advogados de Língua Portuguesa (UALP), para a qual foi eleito por unanimidade para um mandato de dois anos. Em seu discurso de posse, Ophir afirmou que destinará todos os seus esforços para integrar a advocacia de língua portuguesa e colocá-la no lugar de representatividade internacional onde deve estar. Segundo Ophir Cavalcante, deve-se reconhecer que o peso dessa advocacia no cenário internacional está aquém da importância e do expressivo número que representa - hoje de 25% dos advogados do mundo.


"Isto apenas reforça a necessidade de transformarmos o intercâmbio numa força propulsora capaz de aumentar a influência de toda a comunidade dos países de língua portuguesa no mundo. Reserva-se aos advogados um papel decisivo para sairmos da periferia e ocuparmos um lugar de destaque entre todas as nações", afirmou o presidente nacional da OAB.


Ao transferir a Presidência para Ophir Cavalcante, o bastonário angolano se disse otimista em relação ao que a OAB poderá fazer pela UALP e defendeu ações conjuntas concretas entre os países que integram a entidade - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. "Não basta contarmos com uma língua em comum, é preciso que estejamos efetivamente ligados e que encampemos ações concretas de cooperação".

A seguir a íntegra da mensagem lida por Ophir Cavalcante no ato de posse:


"Senhoras e Senhores,

Orgulho e honra são sentimentos que se mesclam neste momento em que tomo posse como Presidente de uma entidade que tem como perspectiva estreitar as relações sócio-culturais, econômicas e de cooperação entre os advogados de língua portuguesa.


Nossos países - Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique e São Tomé e Príncipe - juntos, somam cerca de 250 milhões de habitantes, distribuídos pela América, Europa, África e Ásia/Oceania. Juntos, somos 25 por cento dos advogados do planeta. Juntos, somos força e exemplo de solidariedade em um mundo ainda repleto de barreiras.

Mas devemos reconhecer que o nosso peso no cenário internacional está aquém da importância e do expressivo número que juntos apresentamos. Isto apenas reforça a necessidade de transformarmos o intercâmbio numa força propulsora capaz de aumentar a influência de toda a comunidade dos países de língua portuguesa no mundo. Reserva-se aos advogados um papel decisivo para sairmos da periferia e ocuparmos um lugar de destaque entre todas as nações.

Nossa diversidade geográfica, ao invés de constituir empecilhos ao entendimento, assinala uma identidade marcada pela língua e pelo Direito em defesa de ideais comuns. Somos adeptos do Estado democrático de Direito e regidos por Constituições soberanas legitimadoras de uma coletividade política de cidadãos iguais.

A promoção da cultura jurídica, a defesa do Estado de Direito e das liberdades e garantias individuais, a defesa do prestígio e livre exercício da profissão são atribuições da União dos Advogados de Língua Portuguesa e bandeiras permanentes de uma classe essencial à efetiva aplicação da Justiça. Seja em que parte do planeta for.


Na verdade, falamos uma língua única, advogados de todo o mundo, quando nos enfrentamos os ataques às liberdades, à democracia e ao direito de defesa. Os advogados são guardiões permanentes desses sagrados princípios, sem os quais não existiria o que hoje chamamos de civilização.

Mas temos, também, problemas de ordem corporativa que precisam ser urgentemente enfrentados. Mesmo diante do crescimento e complexidade das demandas jurídicas em nossos países, o mercado de trabalho se apresenta cada vez mais competitivo. As dificuldades são inúmeras, mas elas cobram de nós soluções criativas de forma a oferecer perspectivas melhores aos colegas de todos esses rincões.


Muitos têm sido os encontros e programas de cooperação realizados entre os advogados lusófonos, mas devemos nos próximos anos intensificar esse intercâmbio com uma série de ações visando inserir cada vez mais a advocacia de língua portuguesa no mercado internacional.

Podemos - e devemos - usar as ferramentas tecnológicas disponíveis, como a rede mundial da Internet, para ampliar os contatos entre os advogados de língua portuguesa, ao mesmo tempo em que é se impõe uma cooperação estreita com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com vistas a identificar oportunidades comuns de trabalho.

Esta cooperação envolve também entidades representativas de advogados de outras línguas, com as quais devemos manter estreito contato.

Já se completaram doze anos desde a criação, em 1999, do Conselho Permanente de Ordens e Associações de Advogados dos Países de Língua Portuguesa, que resultou na UALP. Nesse período, o mundo mudou bastante, milhões de informações passaram a circular em tempo real, interferindo em nossas relações profissionais e até pessoais. As distâncias diminuíram, mas a língua ainda é o elemento mais vigoroso de uma cultura.

Cada país tem a sua peculiaridade. O Brasil, por exemplo, possui influência não só indígena e africana, mas também árabe, oriental e de outros países europeus. Na África, há influência das diversas etnias ali existentes, o mesmo ocorrendo com Macau em relação ao continente asiático.

A língua portuguesa, no entanto, continua sendo o nosso fator de coesão e de aproximação. Com ela, seremos ouvidos e compreendidos, como desbravadores que somos, superando distâncias e obstáculos, singrando por mares furiosos e escapando de rochedos traiçoeiros para provar, afinal, que o mundo é redondo.


Que Deus nos guie e ilumine.


Muito obrigado."


Fonte:http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2574849/ophir-assume-ualp-e-defende-novo-reposicionamento-no-cenario-mundial

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